
Timor, um destino remoto e pouco explorado do ponto de vista do turismo, é a nova parada de um projeto brasileiro que visita ilhas ao redor do mundo sob um stand up paddle. Batizada como SUPtravessias, a iniciativa é comandada há mais de 10 anos por Roberta Borsari, uma atleta paulistana que se destaca por ser pioneira em rafting, canoa havaiana, corredeiras, kayaksurf, dentre outras modalidades.
A aventura em direção ao Timor, uma ilha repartida em duas metades, está programada para ocorrer entre 14 e 30 de agosto.
O Timor-Leste está localizado no Sudeste Asiático e tem o português como idioma oficial, ao lado do tétum. Isso porque foi colônia de Portugal entre 1596 e 1975. Logo depois, a região foi invadida e anexada ao território da Indonésia, até que, em 2002, conseguiu a independência e abriu as fronteiras para o turismo. Essa mudança recente faz com que seja um país de belezas naturais preservadas e cultura local autêntica.
A outra metade é constituída de uma província da Indonésia batizada de Timor Ocidental. A maior parte da viagem de Roberta, inclusive, será realizada ali. Rote, um destino ainda mais remoto localizado ao sul, será sua base.
“Timor é um paraíso escondido, com muitos atrativos do ponto de vista esportivo e aquático, além de uma natureza abundante e um apelo cultural interessante. A ideia da viagem é descobrir e explorar esse local ainda protegido e que tem muito a oferecer em suas duas metades”, explica Roberta.
Debates em pauta
O Timor é um local remoto. Por conta disso, Roberta vai pousar primeiramente em Bali, na Indonésia, onde deve passar cinco dias, e depois seguir viagem para a capital timorense, Díli, e para Rote, ao sul de Timor Ocidental.
A esportista também aproveitará a parada inicial para revisitar o destino. Embora já tenha explorado a região em 2019 – quando conheceu em conjunto o Parque Nacional de Komodo –, ela espera encontrar um lugar diferente, uma vez que a Indonésia passa atualmente por polêmicas por causa da expansão turística.
Um exemplo é Uluwatu. A construção de alojamentos, hotéis e resorts na praia superclássica dos surfistas está impactando as ondas e os recifes. Isso sem contar que a Indonésia é o quinto país que mais polui os oceanos no mundo, segundo o estudo Our World in Data, publicado originalmente na revista Science Advances.
“O SUPtravessias tem a sustentabilidade como seu principal pilar. E quando você vive em uma ilha, essa questão é mais relevante. O que faz com o lixo? Como consegue acesso à água? Como ter recursos renováveis? Tudo isso pode nos trazer lições”, ressalta Roberta.
Além do viés sustentável, a esportista busca evidenciar o empoderamento feminino durante a viagem deste ano. Por meio de suas experiências, Roberta quer encorajar outras mulheres a seguirem seu exemplo, uma vez que 17% das latino-americanas não viajam sozinhas por causa do medo e 16% nunca sequer pensaram na possibilidade, de acordo com a última pesquisa feita pelo Booking.com a respeito do tema.
“Não é comum viajar sozinha para lugares que têm culturas e visões diferentes em relação à mulher. Isso sem pensar nas questões de segurança e logística. Mas estou há 20 anos explorando o mundo apenas na companhia de meu equipamento. Venho aprendendo em cada um dos destinos e acredito que outras mulheres possam fazer o mesmo”, conclui.